quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Só foi ler um único parágrafo e tive a sensação de estar caminhando rapidamente, lentamente e retrocedendo... Assim como acontece nos filmes.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

A fotografia estava em cima da mesa embaixo da chave. Por um relance tudo voltou aos olhos de quem viu e construiu. Momento congelado. Pelo tempo e pelos fótons de luz.

Na memória tudo vive.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Diluir palavras em água, assim como o amor no vento, no tempo.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Já não eram as mesmas músicas os mesmos livros. A estante já não estava mais no mesmo lugar. Só o silêncio...pleno, eterno, seguro, concreto. Não podia acreditar que nada é igual. Realmente não é. Podia caminhar pelo mesmo corredor, pela mesma sala e eu não seria a mesma, nem os suspiros seriam os mesmos.

domingo, 28 de setembro de 2008

É incrível a possibilidade da dinamização dos atos, dos fatos.
Resgatei uma memória sem data remexendo na caixa azul.
Sem (a)nexo?

domingo, 14 de setembro de 2008

Se arte é uma forma de expressão do homem de acordo com o período social, cultural, político e econômico. O que seria arte se a forma de se expressar varia de acordo com o ponto de vista de cada um?
A arte tem um sentido muito amplo-denso e depende do ponto de vista-referências de cada ser-que-é, ou seja, da forma de ver-olhar o mundo. Mas, cada cabeça é um mundo...

PS: a cadeia é cíclica e o movimento é de espiral!

sábado, 23 de agosto de 2008

Amarelo. Amarelo é vivo, porém adverso. Tem gente amando, gente que é amado, gente amado em segredo e gente amando junto. A vida é cheia de contradições.

Uma coisa é certa colombina, que ama a um e é amada por outro, tem gente que desvenda charadas com a maior facilidade e tem gente que desvenda palavras com o maior sentimento. Por isso, digo com redundância, siga e sinta o que lhe é mais seu

terça-feira, 15 de julho de 2008

Clarice Lispector dizia o não dizível. Eu vivo numa incessante busca de ver o não visível.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Veja que: Interrompendo, invertendo, acelerando, parando, cortando...O tempo é manipulado pelo cinema. Enfim, o tempo é apenas uma peça. Fascinante não?!

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Foto: Henri Cartier Bresson
A imensidão dos passos
encaixa-se em densos compassos.
Por isso DANÇO, DANÇAS ... DANÇA.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Alice voltara daquele passeio "sábado", totalmente característico pensando algo diferente. Logo que desceu do trem quis apelar para a superstição e disse para si mesma que deveria ir a um sebo, comprar um livro que desse aquele gostinho de canela ou que queimasse intensamente. Mas,por que apelar para a superstição? Simplismente porque aquelas idéias estavam lhe soando muito excêntricas e precisava urgentimente de um comandante para todas aquelas informações e, não há comandante melhor nessa vida do que as palavras.
Então Alice desceu do trem, caminhou pela estação sem prestar atenção nas pessoas e no lugar. Ela só sentia a sua situação. E foi sentindo, sentindo... De repente não mais que de repente estava lá dentro do sebo, na frente da pratileira dos livros meramente classificados como romance. Olhou, olhou, absorveu e se deparou com um livro desordenado, em relação aos outros politicamente corretos. Abriu o livro e caiu na pág 28 lendo assim:
"TEATRO MÁGICO
ENTRANDA SÓ PARA RAROS
SÓ PARA RAROS"


e mais embaixo:
"SÓ PA...RA..LOU...COS!"
Encantada com a simplicidade e objetividade e intensionalidade daquelas palavras retirou a sua pré-suposição de não levar fé naquela estória. Olhou o nome do livro e escolheu a segunda opção, escolheu o livro que queimasse. No fundo no fundo, Alice sabia que era disso que precisava.


quinta-feira, 15 de maio de 2008

Concluindo: não há nada mais fantasmagórico que o Cerro Santa Lucía.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Te proponho a pensar apenas no tempo e no vento
No céu e no mel
Na dor e no amor.
Só assim vais entender o que falta pra te convencer. Convencer de que no mundo existem inúmero assuntos, caminhos e moinhos que te levam a essência de ser.
Pensar em parar o tempo.
Mas...o tempo que te pára, que te move,
que te consome, que te regula.
Observando seu reflexo na água pelo último instante antes de ir embora, Alice percebeu que nada na vida é perfeito. Nem mesmo a água, já que ela também produz imagens distorcidas.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Era final de tarde do domingo. Um domingo inativo pra Elis, como a maioria deles. Aliás, domingo já era considerado como um dia propício pra se criar e desenvolver o tédio. Foi quando Elis teve a idéia de fazer um chá, um chá de maçã com canela. Levantou-se da cadeira, deixou o livro ali, em cima do criado mudo, pegou um prendedor de cabelo, foi em direção ao espelho para prende-lo, quando de repente ouviu uma voz bem baixinha, “Como você se sente nesse corpo?” e viu sua imagem, aquela imagem do espelho falando, realmente falando. Elis deu uma resposta imediata “Ora, me sinto como deveria sentir” e a voz rebateu no mesmo instante “E o que é DEVER sentir? Por que você deve sentir em vez de querer sentir?”. Elis balançou a cabeça para sair daquele dialogo denso do eu consigo mesmo.Coisa rara de se acontecer. Foi para a cozinha preparar o seu chá, daí ela percebeu que essas indagações não se referiam apenas a ela, e sim ao todo, as vontades gerais. E as sinceras respostas Elis encontrasse depois de muitos chás, chuvas e livros.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008


Ou você presta atenção nas flores ou, presta atenção no que está atrás.
Analisando bem, tudo fica mais simples quando só se presta atenção em uma única coisa, um único lado, parte, figura, razão...e quando se tenta avaliar os dois, as duas faces? Demora-se mais para compreender, acredito eu. Mas, é a melhor forma? Talvez, depende do seu ponto de vista.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Alice acordou às 7:00 da manhã, depois de uma noite mal dormida. Foi ao banheiro lavou o rosto com um sabonete que tinha um cheiro de criança, e enquanto a água batia no rosto, pensou em ir ao lugar de sempre nos sábados. Vestiu-se, pegou seu chapéu vermelho, segurou a chave e foi em direção a porta. Como o elevador era mínimo e ela morava do décimo nono andar esperava durante alguns minutos, na verdade os minutos eram certos e repetitivos,alternando sempre entre 7 ou 9.Alice já sentia quanto tempo esperaria, não tinha aquela incerteza se o elevador chegaria logo ou demoraria mais. Dessa vez tinham se passado os 7 e ela agora podia sair.

Foi na padaria na esquina do prédio, como de costume, pediu o velho capuccino italiano com um croissant de queijo, comeu lentamente, para sentir o sabor da comida. A cada mordida e a cada gole pensava em algo estupidamente maravilhoso.

Mesmo comendo sempre o capuccino e o croissant, Alice acabava encontrando um sabor diferente a cada mordida e a cada gole.

Pagou a conta, foi a estação de trem, esperou pouco tempo e embarcou para aquele lugar, aquele lugar que lhe fazia muito mais que bem. Em uma hora e trinta segundos chegou. Estava meio nublado naquele dia, mas havia uma luz forte do sol. Uma mistura entre o frio e o calor de um equilíbrio ímpar. Alice desceu e caminhou pelas ruas verdes até chegar no lago, o lago perdido no meio da história do lugar. Sentou-se, pegou algumas pedrinhas e começou a jogá-las de um jeito que dava movimento à água e, enquanto as jogava pensava nas coisas que não conseguia decifrar nem transformar.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Elis chegava em casa numa noite cheia de estrelas. Tirou o seu sobretudo preto e colocou no gancho ao lado da porta da sala, caminhou lentamente até a cozinha, olhou para o relógio, abriu a geladeira e tirou a água. Elis tinha uma sede acumulada, uma sede enorme. Colocou a água no copo, fechou os olhos e tomou rapidamente para matar a sede. Ligou o som, botou um tango, foi em direção ao espelho e começou a dançar. Elis dançava, dançava, dançava... E nesse momento podia ser o que lhe agradava. Sem preocupações, sem medos.
Elis abria o velho guarda roupas em um dia cinza de uma vida cansada. Procurou uma roupa preta entre as brancas e, não achou. O que achou foi à caixa, a caixa das lembranças, a proibida caixa. Naquele momento mais do que nunca um sentimento nostálgico, pesado correu rapidamente da ponta do pé a raiz do cabelo. Estática saiu do ar por algum tempo, percebendo como tudo passa e, quando sintonizou novamente, jogou a caixa no lugar mais distante possível. Elis não gostava das lembranças, ela não costuma lembrar o que acontecera, para tentar manter um equilíbrio fingido.