sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Coragem é não temer mudar

Estava olhando a rua pela janela do ônibus, em frente ao Cinema São Luiz, senti duas lágrimas caindo pelo meu rosto. Por quê? Porque foi tão depressa que aquele seria o último dia que pegaria Bultrins voltando pra casa, da Católica, como estudante de jornalismo.Porém, não eram lágrimas de tristeza, nem de saudade e sim de alívio com a certeza de que eu estava dando um salto no escuro.
Sim, eu escolhi poder mudar, escolhi não permanecer no mais fácil que não era confortável. Não me sentia totalmente bem, ali. Naquele estado de espírito tinha: um vácuo, um eco.
Primeiro período não é bom em praticamente todos os casos, mas pra mim, não foi só o primeiro período. Foi a descoberta de que eu não era o planejamento de todo um ensino médio. Foi a descoberta de que não prestei atenção em detalhes meus e me desculpo por isso, afinal não é fácil ter 15,16,17 anos e decidir o que ser quando crescer. Crescer nunca acaba, ser nunca é definitivo. Sou e somos estágios e transformações.
Com 2010 acabando, eu esqueço como se escrevem algumas palavras, acrescento outras e aceito o meu diferente que percebe que planos de longa data podem até ser teoricamente infalíveis e praticamento tortos.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Por amor ou por besteira?

No geral, amar realmente é um verbo transitivo direto. Acontece que depois de Mario de Andrade com sua metáfora em Amar: verbo intrasitivo, acredito que amar o amor seja um processo que vai do transitivo direto(com complemento) ao intransitivo (sem complemento, sem reciprocidade) , alternando seu estado de ser e existir entre as pessoas.

O amor romantico e tuberculoso não sustenta o realismo de uma relação cotidiana. A idealização do perfeito, do galante e do gentil é um sonho que deve ser respeitado. FATO!

Eu não quero amor de e por convenção
Não quero ser amada sem intenção
Quero reciprocidade e emoção
Quero entender cada situação
Quero acompanhar e ser acompanhada

amar alguém reconhecendo os seus defeitos, admirando suas qualidades.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Infinito, até pode ser, aquilo que se vê

Encantar, mergulhar, amar, beijar, visitar, descansar, pensar, dançar...


O infinitivo dos verbos que me fazem ser o que sou. Que completam todas as minhas atitudes e escolhas. O mais interessante é que todos terminam com o que me faz levantar todos os dias e seguir em frente: o ar, o fato de... respirar. Ou seja, o fato de viver e de estar viva. Mesmo que muitas vezes eu não compreenda o sentido de tudo isso eu vejo que o mais mágico é existir e isso me ultrapassa.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Um nó

Então hoje, nesse dia de nome saudade, chamei teu nome, senti teu corpo,cheirei teu cheiro, ouvi tua voz e tua música. Isso tudo só com minhas lembranças, lembranças tão vivas como um broto de flor.
Eu que me encontro numa nostalgia contida estou tentando pensar diferente. Tentando transformar e resignificar o que sinto.
A única coisa que sei é que nada será igual e que a importância fica na eternidade do meu corpo, ou seja, na minha vida expressa e impressa no mundo.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Concili ar

"Mas as palavras não dizem tudo, não dizem nada. O momento me esmaga por dentro. O espanto esbarra em paredes pedindo exteriorização. " Caio Fernando Abreu
É como dizer tudo e não dizer nada. Existe um eco na sala quando você vai embora. Tenho certeza de que é um sentimento, um momento, meu. Queria estar fora de mim para perceber o que está acontecendo com outra visão, talvez até mais clara . Impossível!
Todos temos a difícil tarefa de sermos o que somos e de nos conhecermos através de todas as escolhas. E nessas escolhas encontramos a LIBERDADE. Liberdade de querer, de ser e principalmente de se encontrar. E assim, observo a contradição, inerente, que é crescer. Ontem eu era conhecida, hoje não mais.
E nesse turbilhão, nessa mistura, que não compreendo, adormeço esquecendo tudo que me convém. Falando sem sentido e buscando sua mão em qualquer apoio, você não está aqui, pelo menos por enquanto.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Sem mais

Era como estar ausente de si: viver depois de uma grande mudança em uma tentativa de reencontro. A busca pelo conforto, ao mesmo tempo, era apenas uma tentativa de não ir pelo mais fácil. Como se a dormência fosse necessária para evitar que as agitações externas não interferissem nas internas.
Era uma procura pela explicação do que não se via nem se acreditava. Era sentir um cheiro antigo de um jeito novo, era uma atmosfera velha com uma cara nova. Tudo isso no sentido, no domínio no tocar dos pensamentos.
Em meio a todas essas tensões íntimas eles estavam ali com suas vidas, suas alegrias, suas comemorações, plenos de si, com aquela certeza de que o momento era o todo como se não existisse mais nada. E eu de longe e de perto notava os outros tão mesquinhos e limitados pelos padrões do que se é felicidade e amor. O mundo tão feio. Nada se comparava a explosão dos meus sentimentos, das minhas expectativas e dúvidas. De certa forma tanto eu quanto eles fomos egoístas na busca pelo pódio do vencedor. Invenção, grande invenção.
Porém, de uma coisa eu sabia: o amor não é pouco nem a amizade é tudo. É preciso estar perto, perto do seu coração selvagem.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Toca-me

Sem convenção
Sem contenção
O estranho silêncio das 17h da tarde, comove-me.
O que foi já não é. Eu sabia disso, mas não via. Agora posso perceber.
Dentro de tudo que vejo existe em mim uma inquietação do novo e da sua intensidade.


É como não ter nada, mas ter tudo, tudo azul.